4 de janeiro

Saudade e esperança marcam os 16 anos de eternidade do Padre Léo

Este é o primeiro ano em que o aniversário de morte do fundador da Comunidade Bethânia não contará com uma mensagem do Monsenhor Jonas Abib – falecido no dia 12 de dezembro passado

Julia Beck
Da redação

Servo de Deus Padre Léo de Bethânia /Foto: Arquivo Canção Nova

O dia 4 de janeiro é um dia de saudade, mas também de alegria na Comunidade Bethânia. A data marca o falecimento do Servo de Deus Padre Léo de Bethânia – ocorrido em 2007. O vice-moderador geral da Comunidade Bethânia, padre Lúcio Tardivo explica:

“Nos alegramos não pela morte do padre Léo, mas pela sua eternidade e é o que a comunidade celebra todo 4 de janeiro: a eternidade do padre Léo.”

O moderador-geral da Comunidade Bethânia, padre Vicente de Paula Neto, afirma que, no dia da morte do padre Léo, havia um sentimento grande de perda, mas, ao mesmo tempo, uma grande esperança. “Sofremos a dor da saudade, mas, ao mesmo tempo, sentíamos uma grande esperança”, recorda.

Padre Lúcio comenta também que Bethânia vive essa data com alegria, porque acredita que Padre Leo é um grande intercessor da comunidade. “Ao completar esses 16 anos, temos a certeza de que ele, lá do céu, intercede por nós e por cada membro da sua comunidade”.

Gratidão

De forma particular, o vice-moderador geral da Comunidade Bethânia sublinha que é uma grande graça poder viver em um tempo onde conheceu e conviveu com o padre Léo. Segundo padre Lúcio, o Servo de Deus foi uma pessoa que demonstrou Deus não apenas em suas falas, mas em seu testemunho de vida. Um testemunho que fez com que muitas pessoas se convertessem e encontrassem o verdadeiro sentido da vida.

“Ele tinha uma alegria de viver. Foram apenas 45 anos de vida, mas de muita intensidade. O padre Léo significa muito em minha vida. Ele estará sempre presente, mesmo sem a presença física”, revela.

Para padre Vicente, celebrar essa data é render a Deus uma Ação de Graças, um louvor. “Transbordo gratidão. Olho para tudo aquilo que significa o padre Léo, seu legado, e agradeço a Deus porque ele está muito mais vivo agora do que antes. A presença física é a mais pobre das presenças”, reflete.

O moderador de Bethânia reforça que o Servo de Deus faz com que muitos acreditem no céu e se empenhem para buscar as coisas do alto – como incentivou em sua última pregação.

“Ele vive na sua obra, na comunidade Bethânia, na esperança e carinho dos muitos que buscam nele um intercessor”, disse.

Padre Jonas e Padre Léo: juntos na eternidade

Este será o primeiro dia 4 de janeiro que a Comunidade Bethânia vai passar sem “a palavra, o carinho e a benção” do fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas – falecido no último mês, comenta padre Vicente. O sacerdote revela que em todos esses últimos 15 anos ele sempre mandou uma benção e um carinho.

“Será o primeiro 4 de janeiro sem essa presença. Não consigo deixar de imaginar que lá do céu os dois fazem festa e intercedem juntos por nós, pela família Bethânia, pela Canção Nova”, sublinha.

Segundo padre Vicente, desta amizade entre os fundadores de Bethânia e da Canção Nova surgiu um laço que une as duas comunidades. “Bethânia e Canção Nova agora estão seladas com a marca do Eterno, da Ressurreição, da vida plena e em Deus. Se antes nós tínhamos um intercessor poderoso no céu, agora temos também o Padre Jonas”, frisa.

Padre Lúcio reflete que tanto Padre Léo, como Monsenhor Jonas, têm uma grande importância na Evangelização da Igreja no Brasil. De acordo com o presbítero, ambos souberam traduzir em palavras simples e testemunho aquilo que Deus tem de mais precioso.

“Eles foram capazes de fazer com que a Palavra de Deus chegasse de forma simples e direta ao coração de todos. (…) Fizeram da mídia um canal da graça de Deus”, comenta. O vice-moderador de Bethânia reforça que os co-fundadores da Canção Nova, Luzia Santiago e Wellington Silva Jardim, o Eto, seguem juntos da Comunidade Bethânia.        

Programação Especial

O dia será de programação especial em São João Batista (SC) – sede da Comunidade Bethânia, e também em Lorena (SP), onde está a Capela do Sagrado Coração de Jesus e Memorial do Padre Léo.

Nos dois municípios, uma adoração aberta ao público acontecerá às 10h da manhã. No período da tarde haverá uma programação interna. Uma novena e um tríduo preparatório antecederam a data.

Processo de beatificação

Na Missa de encerramento do Hosana Brasil 2019padre Vicente anunciou a abertura do processo de beatificação do Padre Léo. Em 7 de março de 2020, ocorreu a cerimônia oficial de abertura do processo. A celebração contou com a presença de aproximadamente cinco mil pessoas

O ato jurídico e canônico instaurou o tribunal eclesiástico do processo. Após o ato, uma Missa em Ação de Graças pela abertura do processo de beatificação do novo Servo de Deus foi presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck.

Atualmente o processo está na fase diocesana. Nela, estão sendo recolhidos todos os documentos relativos à vida do Padre Léo. Estão sendo analisados todos os seus escritos, tudo aquilo que ele foi e anunciou, conta padre Lúcio – que está a frente do Instituto Padre Léo (criado para cuidar do processo de beatificação).

Uma comissão de padres do tribunal eclesiástico que faz a análise destes documentos. Padre Lúcio lembra que é uma fase um pouco demorada porque o padre Léo escreveu bastante, suas obras são extensas e precisam ser analisadas. “As coisas estão se encaminhando, é uma fase burocrática, poderíamos dizer assim, onde nós temos que ter paciência de esperar e deixar que tudo seja analisado pela Igreja”.

Junto com os documentos, também estão sendo recolhidos testemunhos de graças alcançadas. “Temos muitos relatos de graças alcançadas que serão estudadas como supostos milagres e apresentados à Igreja através de laudos e perícias que possam comprovar esses supostos milagres”, revela.

Padre Vicente conclui: “Nossa Igreja é muito séria, quando ela declara que alguém é santo ela de fato conseguiu perceber a vida qualificada deste candidato e candidata a beato e beata, santo e santa”.