Memória

A morte não foi o fim para padre Léo, destaca padre Lúcio Tardivo

Vice-moderador geral da Comunidade Bethânia presidiu Missa em memória dos 14 anos de eternidade de padre Léo, que está em processo de beatificação

Júlia Beck
Da redação

Padre Lúcio Tardivo durante missa desta segunda-feira, 4/Foto: Reprodução Canção Nova

Há 14 anos, em 4 de janeiro de 2007, falecia o Servo de Deus e fundador da Comunidade Bethânia, padre Léo, aos 45 anos, vítima de uma infecção generalizada causada por um câncer no sistema linfático.

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Nesta segunda-feira, 4, o vice-moderador geral da Comunidade Bethânia, padre Lúcio Tardivo, presidiu uma missa no Santuário do Pai das Misericórdias, na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista, em memória de padre Léo.

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“Sabemos o quanto padre Léo lutou para levar o Evangelho para outras pessoas. A morte não foi o fim para ele. Deus usa da nossa fraqueza, do nosso nada, porque quem morreu já não tem mais nada para fazer acontecer a sua obra no coração das pessoas.”
Padre Lúcio Tardivo

Em sua homilia, o sacerdote apontou padre Léo como alguém que trilhou um caminho de conversão e que trouxe a luz de Jesus às pessoas. “Ele, na sua experiência de Deus, caminhou para Aquele que o criou”, frisou.

O sacerdote é o responsável, aqui no Brasil, pelo processo de beatificação de Padre Léo, aberto oficialmente no dia 7 de março de 2020. Ele comentou que, atualmente, o processo está na fase de recolhimento de todos os documentos e falas do sacerdote, material que será entregue para avaliação da Igreja.  

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O impossível ao homem é possível em Deus

A pandemia, as dificuldades e as muitas mortes vividas nos últimos tempos foram citadas na homilia. Padre Lúcio destacou que, mesmo em meio a tempos difíceis, vidas nunca serão perdidas quando estão em Deus, quando Deus é tudo. 

“O impossível aos olhos humanos é possível quando Deus é o nosso tudo, quando temos fé. A fé nos motiva. Em sua última pregação, quando padre Léo estava mais debilitado, foi quando Deus mostrou a sua força. Tanto é que essa pregação, intitulada “Buscai as coisas do alto”, ainda é vista e refletida por muitas pessoas. Naquele homem debilitado, Deus mostrou-se grande”, complementou.

Padre Léo/ Foto: Arquivo – Canção Nova

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Enfrentar a dificuldade, o problema com os pés no chão, sem esquecer que Deus tem um propósito, é o que pede padre Lúcio. O vice-moderador geral de Bethânia afirma que hoje a comunidade pode testemunhar a grandeza de Deus. “Apesar de não termos fisicamente o padre Léo conosco, o temos no coração”, afirmou.

O sacerdote comentou que a Comunidade, que trabalha com a recuperação de dependentes químicos, recebe pedidos do Brasil todo para que novos recantos sejam abertos no país. Mesmo com o desejo de tornar estes pedidos possíveis, padre Lúcio comentou que ainda faltam “braços”, ou seja, pessoas dispostas a viver a missão da comunidade.

“Queremos muito, mas Deus é que sabe de todas as coisas e, no tempo certo, Ele proverá. Hoje, temos pessoas que levam em frente essa obra que não é do padre Léo, mas de Deus, assim como é a Canção Nova. Quando caminhamos na luz, temos a certeza que a obra é de Deus”, apontou.

À frente do seu tempo

Padre Léo foi alguém à frente do seu tempo, frisou o vice moderador-geral da Comunidade Bethânia. Após 14 anos do seu falecimento, suas pregações – que têm 20, 17, 18 anos – são ouvidas e transmitem mensagens atemporais.

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“Padre Léo não gostava de quem lamentava o passado. É daqui pra frente, é preciso ter a coragem de ser melhor, dizia ele.”
Padre Lúcio Tardivo

Padre Léo acreditou, teve fé e se entregou a Deus, destacou padre Lúcio. Este fato, apontou o sacerdote, não o fez um exemplo a todo tempo, mas o fez alguém que abriu seu coração para Deus e que se mostrou disposto a seguir um caminho de conversão. Aprender com os pecados, era esse o ensinamento difundido pelo fundador de Bethânia.

Além do caminho de conversão e da superação do pecado, padre Lúcio afirmou que os católicos devem lembrar que Deus nasceu em um estábulo para estar com a humanidade.  

“Deus tinha que nascer entre nós. Não em um palácio, mas em um estábulo. Deus está entre nós e muitos têm encontrado Deus através do padre Léo. Relatos de acontecimentos pela intercessão do padre Léo têm chegado até nós para provar isso. Estamos lutando para ele ser beato, ser santo, não para exaltar uma pessoa, mas para exaltar o que Deus fez”.